homemquintafeira

Blogue da autoria de Manuel Leite da Costa

Thursday, September 28, 2006

Smell and the City


Em 1986, enquanto procurador federal no julgamento de um dos casos mais graves de corrupação da cidade de Nova Iorque, o mayor do Mundo (1), viu-se confrontado com a vontade da defesa em transferir o caso para fora da cidade, alegando que os acusados não podiam ser julgados de forma justa pelos jurados locais. A ideia parecia absurda aos seus assistentes, mas para ele era claro que a probabilidade de encontrar um lunático no meio do júri era bastante superior em Nova Iorque (especialmente em Manhattan) do que fora dela e que isso jogaria claramente a favor da defesa.Como tal, agradeceu o "tiro no pé" do adversário e aceitou de imediato.O caso foi transferido para New Haven e a acusação conseguiu a condenação.
Cosmo Kramer& friends, com quem Giuliani contracenou em "The Non Fat Yogourt", seriam por si só condição suficiente para sustentar o raciocínio infra. No entanto, o New York City Subway Smell Map é toque fatal, a cereja no topo da toga, que não deixa margem para dúvidas.
"Smell something? Say something to subwaystink@gmail.com. Give us the station, subway line, and the smell you detected, and we'll incorporate your report into the map." O lema é claro e inodor, mas a cidade não. Por enquanto ainda só há 10 odores listados neste peculiar mapa. A visitar em http://gawker.com/maps/smell/.
(1)Em 2001, a revista Time escreveu sobre Rudolph Giuliani "Por acreditar em nós mais do que nos mesmos, por ser corajoso nos momentos difíceis, por ser duro quando foi preciso e terno na medida certa, por nunca adormecer , nem desistir, nem ceder à dor que o rodeou por todos os lados, Rudy Giuliani, Mayor do Mundo, é a Personalidade do Ano 2001"

Thursday, September 21, 2006

I'm from Barcelona


Fredrik Reinfeldt, líder conservador sueco, venceu no passado Domingo as eleições legislativas do seu país. Durante a campanha prometeu baixar os impostos sobre os salários mais baixos, cortar nos subsídios de desemprego de longa duração, avançar com privatizações e suprimir monopólios Estatais (venda de medicamentos e álcool) . Se eu fosse sueco tinha votado nele e festejado ao som dos I'm from Barcelona esta vitória histórica (a social democracia esteve no poder durante 65 anos nos últimos 74).
Nascidos em Jönköping, os I'm from Barcelona são 28+1. A individualidade é Emanuel Lundgren, um tipo com uma camisa a fazer lembrar papel de parede e um bigode pouco nórdico (digamos assim) que, inspirado na personagem Manuel, o empregado trapalhão da série "Fawlty Towers" de John Cleese, resolveu juntar os amigos e animar a fria Suécia. As músicas são paródias autênticas sobre colecções de selos, casas nas árvores, pintores e claro Barcelona. Nos últimos tempos, a pop sueca tem dado a conhecer interessantes nomes como os El Perro del Mare ( concerto em Portugal no final de Setembro) e Suburban Kids with Biblical Names ( uns anjinhos, portanto). Agora surgem estes I'm from Barcelona. Primeiro com o EP "DON´T GIVE UP ON YOUR DREAMS, BUDDY!" lançado em Fevereiro de 2006, a que se juntou em Abril o primeiro LP "LET ME INTRODUCE MY FRIENDS". O single "We 're from Barcelona"( "I'm gonna sing this song with all of my friends and/ we're I'm from Barcelona/Love is a feeling that we don't understand/but we're gonna give it to ya/We'll aim for the stars/We'll aim for your heart when the night comes/And we'll bring you love/You'll be one of us when the night comes") cujo vídeo faz lembrar uma Kelly Family num qualquer ginásio liceal, entra no ouvido e não sai sem se cantarolar, de preferência em grupo. Serve de cartão de visita à banda e pode ser visto (aconselha-se demorada e repetidamente) em http://www.imfrombarcelona.com/. Dispõem bem, estes suecos!

Thursday, September 07, 2006

1988 - 2006


Amanhã não encontrarei “O Independente” na tabacaria a caminho do escritório
Dois motivos: a loja encerrou por falta de freguesia e o “O Independente” deixou de se publicar na semana passada.
O primeiro motivo preocupa-me sinceramente mais do que o segundo. É que graças a 18 anos de um jornal não alinhado com o panorama da imprensa nacional (politicamente correcto, cinzentão, fiel ao modelo francês e ideologicamente à esquerda), surgiu muita gente que merece ser lida nos periódicos portugueses. O Indy anda ai à solta portanto…urge encontrar uma nova banca!