La Mafia
Lembro-me bem. Cheirava intensamente a maresia e estava já uma senhora noite. O ano aproximava-se do fim com a suavidade da chuva miudinha que caía. Não tínhamos guarda-chuva, mas pouco importava com a fome com que estávamos (duvido mesmo que tivesse almoçado nesse dia). Entramos em passo seguro e confiante ao que íamos. A rosa vermelha no vidro indicava que estávamos no local do crime.
Atirámo-nos de entusiasmo aos ovos à Palermo. Estrelados, com rodelas de cebola levemente panadas, batatas fritas e bacon. Num dos plasmas da sala, o documentário " Ainda há pastores?" deixava a empregada brasileira de boca aberta perante a subida ao palco e o caloroso cumprimento ao cantor pimba manhoso de bigode feito pelo guardador de rebanhos. Arrumámos os ovos no estômago e seguimos para as massas e os respectivos molhos, de entre as cerca de 300 combinações possíveis. A imaginação como limite sugeria as mais estrambólicas misturas. Parece que tudo o que leva Vodka é especialidade da casa e vende muito bem, mas preferimos massas com queijo e noz e verdes. Molhos clássicos com música italiana em fundo.
Um grupo de clientes espreita de soslaio pela porta da entrada. A sala de refeições é tudo menos convencional. Espantam-se com as toalhas aos quadradinhos vermelhos e brancos, verdadeiros pedaços de pano versão Boavista da Sicília. Os nomes e as fotografias de mafiosos famosos espalhadas pelas paredes, as rosas vermelhas, as garrafas de vinho italiano, os cheiro a tomate e queijo. Será que a Máfia janta mesmo aqui?
Uma família senta-se na mesa ao lado. Casal novo, na casa dos trinta. Uma criança pequena e os respectivos avós. Sotaque forte à Porto. Estranheza quanto à escolha do local para jantar nessa noite. Pergunta o Avô : " Como é que viemos aqui parar? Quem nos recomendou este sítio?", resposta à plano tecnológico: - " Foi aquele aparelho GPS que me deu no Natal!". Sorriso cúmplice. A Máfia tradicional evoluiu para novas realidades.
A casa enche e nós chegamos à sobremesa. O pastel siciliano teve o trago amargo de quem esperava mais, obviamente para não ficar com boca de lacaio, sem no entanto estragar a noite. A saída discreta fez-se pela porta da frente. A conta foi paga. Levava a minha malinha preta.
Atirámo-nos de entusiasmo aos ovos à Palermo. Estrelados, com rodelas de cebola levemente panadas, batatas fritas e bacon. Num dos plasmas da sala, o documentário " Ainda há pastores?" deixava a empregada brasileira de boca aberta perante a subida ao palco e o caloroso cumprimento ao cantor pimba manhoso de bigode feito pelo guardador de rebanhos. Arrumámos os ovos no estômago e seguimos para as massas e os respectivos molhos, de entre as cerca de 300 combinações possíveis. A imaginação como limite sugeria as mais estrambólicas misturas. Parece que tudo o que leva Vodka é especialidade da casa e vende muito bem, mas preferimos massas com queijo e noz e verdes. Molhos clássicos com música italiana em fundo.
Um grupo de clientes espreita de soslaio pela porta da entrada. A sala de refeições é tudo menos convencional. Espantam-se com as toalhas aos quadradinhos vermelhos e brancos, verdadeiros pedaços de pano versão Boavista da Sicília. Os nomes e as fotografias de mafiosos famosos espalhadas pelas paredes, as rosas vermelhas, as garrafas de vinho italiano, os cheiro a tomate e queijo. Será que a Máfia janta mesmo aqui?
Uma família senta-se na mesa ao lado. Casal novo, na casa dos trinta. Uma criança pequena e os respectivos avós. Sotaque forte à Porto. Estranheza quanto à escolha do local para jantar nessa noite. Pergunta o Avô : " Como é que viemos aqui parar? Quem nos recomendou este sítio?", resposta à plano tecnológico: - " Foi aquele aparelho GPS que me deu no Natal!". Sorriso cúmplice. A Máfia tradicional evoluiu para novas realidades.
A casa enche e nós chegamos à sobremesa. O pastel siciliano teve o trago amargo de quem esperava mais, obviamente para não ficar com boca de lacaio, sem no entanto estragar a noite. A saída discreta fez-se pela porta da frente. A conta foi paga. Levava a minha malinha preta.
La Mafia - Matosinhos -R. Brito Capelo, 1133 - Tel. 229 378 896
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